Obaluaie e Omulú

OBALUAÊ (REI DONO DA TERRA)
OMULÚ (FILHO DO SENHOR)


Distinguiu-se aqui Obaluaê e Omulú, da seguinte forma: Obaluaê representa a força jovem, o
início da vida; Omulú representa a força velha, ou seja, cansada pela vida.
O verdadeiro nome de Obaluaê ou Omulú é Xaponã ou Sakpatá, mas dentro do culto não se
pronuncia tal nome, pois provoca a ira do Orixá.
Deus da varíola e das doenças contagiosas, este Orixá pune seus filhos sem piedade.
Todos os anos é realizado o Olubajé, no qual o Orixá presencia a cerimônia dançando, enquanto
os filhos comem suas oferendas.
PERSONALIDADE: Masoquistas, vivem em movimento quando estão tranqüilos ou tristes, inteligentes,
ajudam àqueles que vão ao seu encontro, rancorosos e temperamentais.
METAL: Ferro ou chumbo
DIA: Segunda-feira
COR: Todas
ANIMAIS: Porco, galo e bode.
PAÓ: 5 batidas de palma acima, 5 abaixo e as 3 de reverência, seguindo-se o adobale.
FILIAÇÃO: Oxalá e Nanã.
SAUDAÇÃO: “Atoto (para Obaluaê)” e “Ajuberu (para Omulú)”.
OBS: Omulú traz vestimentas especiais, como o corpo coberto de palha e roupas estampadas. Traz na
mão direita um objeto denominado xaxará.
Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou
mais velho), é o energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de
pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar.
A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em
geral. No aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.
Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nana (a lama primordial de que foram feitas as cabeças - orishumanas)
e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por
ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo sabendo que lhe era interditado por ser ele o marido de
Iemanjá.
Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a
maré cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado
com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes
em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas.
Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá
e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas,
escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado.
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que
lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto desde a cabeça com
palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.
Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas.
Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis,
as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha
amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na
aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber,
rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a
quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.
Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando
numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa
dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um
belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade E dançou com ele pela noite
adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e
dos espíritos dos mortos, evitando desgraças aconteçam aos homens.
Os iorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas
principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar
após um violento sofrimento.
Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por suas
adoção por Iemanjá) e as doenças das plantações.
Numero: 13
Cor: preto, vermelho e branco
Símbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos dentro)
Dia da semana: segunda-feira
Comida: pipoca
Saudação: Atotô!
OBALUAIÊ ( "rei", "senhor da terra")
Deus originário do Daomé. Obaluaiê é uma flexão dos termos Obá (rei) - Oluwô (senhor) - Ayiê (terra),
"rei, senhor da terra". Omulu também é uma flexão dos termos: Omo (filho) - Oluwô (senhor) que
quer dizer "filho e senhor". Obaluaiê, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Omulu, o mais
velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência, significam a
mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesma força da natureza.
Obaluaiê é o sol, a quentura e o calor do astro rei, é o senhor das pestes, das doenças contagiosas ou
não. É o rei da terra, do interior da terra, e é o orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da Costa),
porque para os humanos é proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença, e pelo
respeito que devemos a esse poderosíssimo orixá. Está no funcionamento do organismo, na dor que
sentimos pelo mau funcionamento dos órgãos, por um corte, queimadura ou traumatismo. A ele
devemos a nossa saúde. Trata do interior, mas cuida também da pele e de suas moléstias.
Divide com Oia-Iansã a regência dos cemitérios, pois é o orixá que vem como emissário de Oxalá
(princípio ativo da morte), para buscar o espírito desencarnado. É ele que vai mostrar o caminho,
servir de guia para aquele espírito. Obaluaiê também é o senhor da terra e das camadas do seu
interior, para onde vamos todos nós. Daí sua ligação com os mortos, pois é ele quem vai cuidar do
corpo sem vida. Também conhecido como Xapanã.
Obaluaiê está presente no nosso dia-a-dia, quando sentimos dores, agonia, aflição, ansiedade. Está
presente quando sentimos coceira e comichões na pele. Rege também o suor, a transpiração e seus
efeitos. Rege aquele que tem problemas mentais, perturbações nervosas e todos os doentes. Está
presente nos hospitais, casas de saúde, ambulatórios, clínicas, sempre próximo aos leitos. Rege os
mutilados, aleijados, enfermos. Ele proporciona a doença, mas principalmente a cura, a saúde. É o
orixá da misericórdia. Rege a má digestão, a congestão estomacal. Gera o ácido úrico e seus efeitos.
Filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, foi criado por Iemanjá. Orixá fundamentalmente Jeje,
mas louvado em todas as nações por sua importância. Conta-se que, abandonado por Nanã, foi
cuidado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e
passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.
OMOLÚ- OBALUAIYÉ
OBA + OLU + AIYE = OBALUAIYE
REI + SENHOR + MUNDO = REI E SENHOR DO MUNDO
OMO + OLU = OMOLU
FILHO + SENHOR = FILHO DO SENHOR
Orixás consagrados na África, onde há grandes endemias e epidemias. São Deuses da desintegração,
mostram as faces da existência e a vida, dizendo que todos nós temos princípio, meio e fim, daí a sua
dança no OPANIJÉ mostrando o céu e a terra. Aqui, no Brasil, Omolu/Obaluae são velhos e decrépitos,
contrapondo-se a concepção africana. Esses Orixás representam a transformação, estão ligados ao sol,
ao acaso, a noite e o dia, ao princípio e o fim, ao movimento de rotação e translação da Terra e estão
associados as endemias e epidemias.
Tem como companheiros inseparáveis Ogún e Exú devendo por isso ser cultuado em lugar destinado a
Exu, fato este que explica também ser sua morada as encruzilhadas.
As doenças como: desinteria constante, infecção estomacal, perda vertiginosa dos cabelos, vômitos,
erisipela, pústulas, furúnculos, escorbuto, inchaços, alguns problemas circulatórios, coceiras, sarampo,
catapora, rubéola, lepra, coqueluche e alergias em geral são associadas a Omulu/Obaluaê.
Coberto dos pés a cabeça, para esconder sua aparência esquálida e ferida, Omulu inspira medo em
quem o vê. Uma espécie de varíola e das doenças e epidemias. Fechando e circunspecto, vive curvado
por dores e tremores de febre. Usa como arma o Xaxará, um cetro adornado em contas e búzios que
serve como captador de energias negativas. Limpando almas e ambientes.
Os raros filhos de Omulu são tensos, sábios e tristes. Costumam ser consultados para decisões
importantes e, não raro, vivem solitários. Ocupam importantes cargos públicos e burocráticos, mas
sentem que o bom humor não é seu forte. Omulu come pipoca, feijão preto, milho e farofa com dendê,
servido em folhas de mamona ou bananeira. Apesar de intimamente ligado à morte, Omulu cura
doenças, pois anda abarrotado de cabaças medicinais.
O colar que o simboliza é o ladgiba, cujas contas são feitas de sementes existentes dentro da fruta do
Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Usa também bradga, um colar longo de cauris. Obaluaê é o
patrono dos cauris e do conjunto de 16 búzios, que reina do instrumento ao sistema oracular: o
brendilogun, que lhe pertence.
Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem. Oculta sob o saiote o
mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a própria terra que recebe nossos
corpos para que vire pó.
Obaluaê mede a riqueza com cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra dele
como o Orixá da moléstia.
A SUA FESTA “OLUBAJE”
Diz a lenda que no princípio do mundo houve uma grandiosa festa em que todos os Orixás se fizeram
representar com toda a sua corte, tudo engalanado muita alegria e muita gente presente ao evento. O
candomblé prosseguia com muita empolgação e quando chegou dentro do XIRE a hora de louvar a
grande Yaba Nana Buruque do meio do povo saiu um Orixá, um Vodu que caminhava todo tortinho e
com dificuldade, entrou no barracão e com aquele jeito todo esquisito e foi dançar para sua Mãe Nana,
acontece que por ser alejado, deformado seus passos eram trôpegos.
Originando daí por parte dos outros Orixás uma verdadeira Xoxação criando o ridículo para aquele
Orixá que acabara de chegar. Triste ele acabou de dançar para sua mãe e magoado com aquela falta
de respeito e ele, antes de se retirar passou a mão em todas as suas chagas, soprou para cima de
todos eles a varíola contagiante que deixou os Orixás naquele instante doentes e o candomblé acabou,
e uma verdadeira praga foi disseminada e em todo o mundo principalmente em cima de quem
compartilhou daquelas ofensas.
Os Orixás em desespero foram procurar YFÁ o Deus da adivinhação para que os orientassem sobre o
que fazer para acabar com aquela epidemia, Yfá jogou o seu Opele Yfá e respondeu a eles que eles
tinham agravado seriamente XAPANÃ, aquele velhinho que tinha sido Xoxado naquele candomblé,
quando resolveu dançar para sua Mãe Nana, e por isso eles estavam sendo seriamente castigados. E
disse mais que eles deveriam fazer uma romaria à casa de Xapanã com todas as suas comidas votivas
em suas cabeças e em círculo em volta de sua casa fossem depositando e entre cânticos e rezas,
pedissem perdão a Xapanã.
Xangô não levou Amalá, porém como era o dono de todos os Cauris (búzios) deu-os de presente a
Xapanã tornando-o rico muito rico e assim ele pedira também perdão a Xapanã.
Os Orixás à medida que iam arriando as comidas votivas cantavam “OBUBAJE AJE- UMBO AYE
AJEUMBO” todos em fila e Xapanã emocionado pegou suas flores o “deburu” e jogou em cima deles
cantando a seguinte cantiga XAXARÁ BALEFUN AWO BALE BALE e na medida em que iam caindo as
flores D’Omolu em seus corpos as suas chagas e varíolas iam sumindo ficando bons totalmente.
Essa e a história da festa linda D’obaluaê que traz em seu bojo o ensinamento de que não devemos
debochar de ninguém.
Por uma questão de sincretismo, no Brasil esta obrigação normalmente é realizada nos meses de
agosto, ocasião que vemos nas ruas as Yaos com seus tabuleiros na cabeça, visitando sete casas na
chamada peregrinação até o dia do candomblé em suas casas.
QUALIDADES
KETÚ:
JAGUN: Quando vem ao barracão, é Oxaguiã quem o traz.
AJAGUN: Essa qualidade é trazida ao barracão pelo Oxalufã.
AYERAN: Sai, no barracão, com uma seta na mão esquerda e o Xaxará na mão direita.
INTOTO: Ligado a gameleira e aos antepassados, seu assentamento é feito no barro.
ALAPAFUMO: Encontra-se, seu culto, em extinção, seu deburu é feito na terra e depois amassado.
ARAWE: Só come galos brancos.
AJASE: Associado a Ogún e Oya, é guerreiro e usa dois xaxarás.
SAPEKO: Veste-se de vermelho – palha da costa tinturada com osun ou urucum, calçolão ornado em
búzios.
AJUNSUN: Associado a Oxumaré e Orinsanlá, só come orogbo e no cuscuzeiro tem 7 setas e 2 cobras
amarradas ao okutá.
WARU-WARU: Velho.
AFOMAN: Nem sempre é reconhecido como qualidade.
AKAVAN: Relacionados ao cemitério – culto em extinção.
JEJE:
SAKPATA: Saí, no barracão, com o KUMON (haste feita de bambu, ornada com búzios, crânio humano,
untado com cera de abelha e palha da costa). Tem dois assentamentos, um é enterrado em frente a
casa de Exu envolto em pano preto e vermelho, a cada 7 anos é renovado. Come ao meio dia, em céu
aberto, além de quadrúpedes, come também camaleão com crista.
AWIMAJE: Quando saí no barracão, usa um Xaxará, como o desenho descreve:
AZOANI: Duas cabacinhas e 41 búzios no assentamento.
BOZORAN: Acompanha Nana e Oxumaré.
POSU (BOSUKO): Usa máscara leonina e garras de bambu.
ANGOLA:
KAFUNJENESU:
KAFUNJE:
KAFUNJINÃ:
BURUGUNÇO:
EKITATI:
KAVIUNGO:
KANJANJA:
COR: preto (preto/branco), vermelho (marrom/vermelho), branco (vermelho caboclo).
COMIDA: -dogburu (para Sakpatá é no dendê).
-Eko branco.
-Acaçá.
-Obi funfun.
-Aberen.
-Abará.
-Acarajé.
-Farofa de ori.
-Latipá (folha de: mostrada, língua de vaca, espinafre, caruru, bredo St° Antonio, acrescentar: dendê,
camarão seco e cebola ralada).
-Miolo de boi com camarão seco e cebola ralada.
-Mocotó.
-Egbo.
DIA DA SEMANA: Segunda-feira.
DATA: 13 ou 16 de agosto.
FRUTAS: abacaxi, fruta-de-conde, graviola, abacate, gengibre.
FOLHAS:
Dandá da costa
Canela de macaco
Raiz de santa
Folha de cambará
Cordão de frade
Vassourinha de relógio
Saco-saco
Mal-me-quer-bravo
Alfavaquinha
Folha de batata
Crista de galo
Folha de São Roque
Carrapicho de boi
Taioba
Canela de velho
Mil homens
BEBIDAS: Aluá, água.
ILEKÉ: Lagidibá (pode ser entremeado com terracota ou coral).
METAL: Ferro/bronze.
PARTE DO CORPO: A pele e os pulmões.
SÍMBOLO: -Aso Iko (Aze).
-Xaxará (talos do dendezeiro, contas, palha da costa e couro).
-Oko (lanças com setas).
-Búzios.
-Xaworo.
-Igba.
SACERDOTE:
ASEGBA: Senhor do Igba (cargo masculino)
ASOGBA: Cargo no Ile Axé Opo Afonjá.
ASOGBANILE: Concertador de cabaças.
APOTUN: Zelador de Omolu, somente nos terreiros de Omolu.
APOGAN: idem.
CARGOS: Qualquer um, menos os relacionados a Xangô.
TOQUE: Opanijé (mata-come)

PRINCIPAL CERIMÔNIA: OLUBAJÉ: Comidas na folha de mamona ou couve
KOLEODO: Folhas de trepadeira maceradas, no pilão, com epo pipa, são passadas no corpo da pessoa
ao meio dia.
SAUDAÇÃO: A TO TO
A TO TO (pedido de silêncio)
Xapanã nasceu em Empê, no território Tapá, também chamado, Nupê.
Era um guerreiro terrível que, seguido de suas tropas, percorria o céu e os quatro cantos do mundo.
Ele massacrava sem piedade aqueles que se opunham à sua passagem. Seus inimigos saíam dos
combates mutilados ou morriam de peste.
Assim, chegou Xapanã em território Mahí, no Daomé. A terra dos Mahis abrangia as cidades de Savalú
e Dassa Zumê.
Quando souberam da chegada iminente de Xapanã, os habitantes desta região, apavorados,
consultaram um adivinho. E assim ele falou: "Ah! O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que se
tornará o senhor do país! Aquele que tornará esta terra rica e próspera, chegou! Se o povo não o
aceitar, ele o destruirá!
É necessário que supliquem a Xapanã que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas; todas as que ele
goste: inhame pilado, feijão, farinha de milho, azeite de dendê, picadinho de carne de bode e muita,
muita pipoca!
Será necessário também que todos se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o
povo o reconheça como pai, Xapanã não o combaterá, mas protegerá a todos!"
Quando Xapanã chegou, conduziu seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassa Zumê
reverenciaram-no, encostando suas testas no chão, e saudaram-no:
"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!"
"Respeito e Submissão!"
Xapanã aceitou os presentes e as homenagens, dizendo: "Está bem! Eu os pouparei! Durante minhas
viagens, desde Empê, minha terra natal, sempre encontrei desconfiança e hostilidade. Construam para
mim um palácio. É aqui que viverei a partir de agora!"
Xapanã instalou-se assim entre os Mahis. O país prosperou e enriqueceu e o Grande Guerreiro não
voltou mais a Empê, no território Tapá, também chamado Nupê.
Xapanã é considerado o deus da varíola e das doenças contagiosas. Ele tem também o poder de curar.
As doenças contagiosas são, na realidade, punições aplicadas àqueles que o ofenderam ou conduziramse
mal. Seu verdadeiro nome é perigoso demais pronunciar. Por prudência, é preferível chamá-lo
Obaluaê, o "Rei, Senhor da Terra" ou Omulú, o "Filho do Senhor".
Quando Xapanã instalou-se entre os Mahis recebeu, em uma nova terra, o nome de Sapatá. Aí,
também, era preferível chamá-lo Ainon, o "Senhor da Terra", ou, então, Jeholú, o "Senhor das
pérolas".
O fato de ser chamado Jeholú e Ainon causou mal-entendidos entre Sapatá e os reis do Daomé, pois
eles também usavam estes títulos.
Enciumados, os Jeholú de Abomey expulsaram, várias vezes, Jeholú Ainon do Daomé e obrigaram-no a
voltar momentaneamente, à terra dos Mahis.
Jeholú Ainon vingou-se: vários reis daomeanos morreram de varíola!
Atotô!
ARQUÉTIPO
O arquétipo de Obaluaê é das pessoas com tendências masoquistas, que gostam de exibir seus
sofrimentos e as tristezas das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de se
sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranquila. Podem atingir situações materiais invejáveis e
rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que
em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa
abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
ESSABAS:
Taioba - Bala
Capeba - Já
Folha da costa
Canela de velho
Picão
Erva de bicho
Velame
Manjericão Roxo
Barba de velho
Umbaúba
Carqueja
Jurubeba
Parietária - brotozinho –
Monam
Cajá – Jamin
Mutamba – Aferé
Rama de leite – Obó
Ovo redondo de Monan –
Exibatá
Jarrinha – Jacomijé
Erva de passarinho – Afaziam
Folha de neve branca – Turim
Mariazinha – Peculé
Papinho de peru – Tolu-tolu

Comentários

  1. parabens por mais essa conquista vc meresce muito, mais por vc ser essa pessoa tão especial. e te desejo mais e mais conquistas pra vc .

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