A Festa da Rainha das Águas
A festa da rainha das águas
Há 50 anos, todo 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, Iemanjá recebe oferendas na Praia do Futuro. Na véspera da festa, as franjas do mar já reúnem uma legião de seguidores
Em 1968, foi realizada a primeira festa de Iemanjá tal qual acontece todos os anos até hoje, reunindo os terreiros de umbanda na Praia do Futuro. Organizada na época pelo babalorixá Manoel Rodrigues de Oliveira, que anos depois fundaria a União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum), a festa atravessou mais de quadro décadas, sempre comemorada em 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza. Amanhã, véspera da celebração, os trabalhos começam mais uma vez às 18 horas e segue até o início da madrugada. Na segunda-feira, a festa é aberta oficialmente às 12 horas, quando o cortejo liderado pela babalorixá Suzana Sá Rodrigues chega à praia.
Desde a década de 1980 sob a responsabilidade de Dona Suzana, viúva de Manoel e atual presidente da Uecum, a festa se consolidou como a maior celebração das religiões afro-brasileiras na Cidade e chega na próxima segunda-feira a sua 43º edição. “Meu filho, a lembrança da primeira não era boa, porque nós não tínhamos palanque, nós botávamos a Iemanjá na areia, enfiava as bandeiras na areia, ficava todo mundo ali fazendo as correntes de oração, os terreiros todos juntos”, recorda a yalorixá.
Por outro lado, pondera Dona Suzana, a ausência de policiamento era proporcional ao número de assaltos e arrastões, inexistentes na época e que se tornaram nos últimos anos o principal problema a ser enfrentado pelos organizadores da festa. Na década de 1960, conta ela, a areia era o espaço onde os umbandistas podiam trabalhar em paz, já que a perseguição aos terreiros era intensa.
“Nunca me esqueço do dia em que o policial entrou a cavalo no terreiro e meteu o chicote no povo. Eu até entrei com um processo contra esse policial na Justiça. De primeiro, eles não respeitavam, agora não, tá uma maravilha, eles respeitam de mais. A perseguição que existe é dos crentes”, fala Dona Suzana.
Aos 77 anos, ela não trabalha mais nos terreiros, mas mantém 13 velas de sete dias acesas com afirmações e pensamentos bons pras pessoas que ajudam a União. Cada vez mais a federação conta com a ajuda de seus filiados para organizar a celebração, que tem visto o apoio público escassear ano após ano. “A prefeita não dá dinheiro, porque ela está tapando os buracos de Fortaleza e não tem dinheiro. Ficam só os sócios mesmos e nós, nos reunindo pra comprar a comida dos policiais”, diz Dona Suzana. O efetivo da Polícia Militar e da Guarda Municipal, além do palco e do som da festa, são a estrutura oferecida pelo Poder Público.
Há 50 anos, todo 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, Iemanjá recebe oferendas na Praia do Futuro. Na véspera da festa, as franjas do mar já reúnem uma legião de seguidores
Em 1968, foi realizada a primeira festa de Iemanjá tal qual acontece todos os anos até hoje, reunindo os terreiros de umbanda na Praia do Futuro. Organizada na época pelo babalorixá Manoel Rodrigues de Oliveira, que anos depois fundaria a União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum), a festa atravessou mais de quadro décadas, sempre comemorada em 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza. Amanhã, véspera da celebração, os trabalhos começam mais uma vez às 18 horas e segue até o início da madrugada. Na segunda-feira, a festa é aberta oficialmente às 12 horas, quando o cortejo liderado pela babalorixá Suzana Sá Rodrigues chega à praia.
Desde a década de 1980 sob a responsabilidade de Dona Suzana, viúva de Manoel e atual presidente da Uecum, a festa se consolidou como a maior celebração das religiões afro-brasileiras na Cidade e chega na próxima segunda-feira a sua 43º edição. “Meu filho, a lembrança da primeira não era boa, porque nós não tínhamos palanque, nós botávamos a Iemanjá na areia, enfiava as bandeiras na areia, ficava todo mundo ali fazendo as correntes de oração, os terreiros todos juntos”, recorda a yalorixá.
Por outro lado, pondera Dona Suzana, a ausência de policiamento era proporcional ao número de assaltos e arrastões, inexistentes na época e que se tornaram nos últimos anos o principal problema a ser enfrentado pelos organizadores da festa. Na década de 1960, conta ela, a areia era o espaço onde os umbandistas podiam trabalhar em paz, já que a perseguição aos terreiros era intensa.
“Nunca me esqueço do dia em que o policial entrou a cavalo no terreiro e meteu o chicote no povo. Eu até entrei com um processo contra esse policial na Justiça. De primeiro, eles não respeitavam, agora não, tá uma maravilha, eles respeitam de mais. A perseguição que existe é dos crentes”, fala Dona Suzana.
Aos 77 anos, ela não trabalha mais nos terreiros, mas mantém 13 velas de sete dias acesas com afirmações e pensamentos bons pras pessoas que ajudam a União. Cada vez mais a federação conta com a ajuda de seus filiados para organizar a celebração, que tem visto o apoio público escassear ano após ano. “A prefeita não dá dinheiro, porque ela está tapando os buracos de Fortaleza e não tem dinheiro. Ficam só os sócios mesmos e nós, nos reunindo pra comprar a comida dos policiais”, diz Dona Suzana. O efetivo da Polícia Militar e da Guarda Municipal, além do palco e do som da festa, são a estrutura oferecida pelo Poder Público.
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